
Quando me vêm com minha roupa...
Minha cara pintada... E meu nariz vermelho...
Consigo fazer rir desde um guarda...
Do novo, até um velho...
Do meu momento no picadeiro...
Faço graça e me disfarço...
Mas no ato da comédia...
Vendo todos no risadeiro...
Não sabem que dentro de mim há um prisioneiro...
Sou muito além do um rosto pintado...
De um bobo calado...
De uma face alegre...
Sou prisioneiro da verdade que me segue...
Na tortura da tristeza...
Por não ter minha companheira...
Então, só resta-me pintar face,
Para que não vejam a lágrima...
Fundida ao lampejo...
Com meu cabelo gozado...
Alegro quem nem conheço...
Mas também não sabem,
da tristeza que tenho no peito...
Sou apenas mais um...
De baixo da lona azul...
Nesse purgatório que passo...
Sou mais um no mundo...
Um triste palhaço...
Mais triste sou!
E se me olhar frente a frente
Verá em meus olhos a lágrima brotar...
E minha face desmanchar
Pois acabara de descobrir meu segredo...
Que com a roupa sou livre
Sem ela... Sou prisioneiro...
Da tristeza, onde quero que não vejam...
Pois aí saberam que não tive infância...
Fui, mas não de verdade, uma criança...
Quando vi entre minha mãe e eu... À distância...
Que é culpada da tristeza, mas não é réu...
Faço crianças rirem, para que tenham a mesma dor creu...

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